.

domingo, dezembro 12, 2010

Crise, hello?

Cada vez que vejo na televisão, leio nos blogs ou falo com amigos e conhecidos sobre presentes de Natal dá me um friozinho na barriga. É que até parece que não há crise nenhuma e que 2011 não vai ser um ano absurdamente difícil a níveis económicos para todos nós. A inconsciência do pessoal dá-me arrepios, a gastarem balurdios em presentes de Natal para a prima, para o primo, amigo e vizinho, para o periquito e o papagaio. É que se fossem ricos, eu até entendia e aplaudia efusivamente porque o consumo é bom para a economia. Mas não são, de todo. Algum desse pessoal anda a receber pouco mais do que o salário mínimo, tendo filhos para criar e gasta todo o subsidio de Natal em prendas.

Aqui em casa nunca houve essa tolice de presentes para meio mundo, independentemente do dinheiro que havia na nossa conta bancária. Por princípio, achamos isso uma estupidez. Só eu e a minha irmã recebíamos presentes porque éramos as crianças da casa. Depois eu cresci e a partir, mais ou menos, dos meus 12 anos, eu e a minha irmã começamos a juntar mesadas para dar um presente aos papás. Havia um ou outro ano em que também contemplávamos os avós com prendinhas simbólicas. Sem ser os meus pais, só recebia presentes da minha madrinha (que sempre foi o meu Pai Natal), roupa interior suficiente para todo o novo ano da minha avó materna e dinheiro dos restantes avós. E só. Natal nunca foi sinónimo de andar a correr as lojas à procura de presentes à última hora como se a nossa vida disso dependesse.

Portanto, sim, faz-me confusão as pessoas que têm uma lista de 40 presentes para oferecer. Ainda mais quando não há dinheiro para sustentar tanta superficialidade e hipocrisia. Sim, porque na maior parte dos casos, o presente é só porque fica bem, só porque é correcto oferecer o presente. E que se lixe se no resto do ano andam a falar mal uns dos outros.


2 comentário(s):

Joana disse...

lá em casa so trocamos entre nos!

Jedi Master Atomic disse...

Concordo contigo pequenita :P
Prendas só fazem sentido para as crianças e para as pessoas mais chegadas.