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quarta-feira, janeiro 26, 2011

deixa-me rir...


Estou agora a ver na SIC a reportagem dos paizinhos e alunos em protesto porque as suas escolas particulares com contratos de associação com o Estado, vão ter o seu financiamento reduzido. E parto-me a rir com pessoas a dizer que não há alternativas e que as escolas públicas estão lotadas.

Oh meus amigos da Granja do Ulmeiro, eu sei que vocês gostam muito da vossa escola, que até tem carrinhas para vos ir buscar a casa e tudo e vos torna a vossa vidinha mais fácil. Mas se querem esses luxos, que os paguem! E não me venham cá com a história que as escolas de Soure estão lotadas porque sei com conhecimento de causa que até há lá professores com horário zero, sem ninguém a quem dar aulas. Alunos a mais é coisa que, infelizmente, não têm.  Portanto, eles até agradecem que vocês invadam a escola.

Sinceramente, dá-me nervos esta gente que vem para a televisão falar como se todos fossemos parvos ou andássemos a dormir. E quando se põem a falar da qualidade de ensino? Por amor de deus, eu estudei sempre na pública e não foi por isso que não entrei na faculdade que queria, na minha primeira opção com uma nota bastante boa. Quem os ouve até pensa que as escolas públicas são uma porcaria, que recebem os piores professores, ou que eles vivem no meio do nada, num deserto sem outras escolas num raio de 50 km. Tenham dó! Não é este, de todo, o caso do Colégio de Cernache ou do Instituto de Pedro Hispano.

E atenção: não tenho nada contra escolas privadas. Quem tem dinheiro para as frequentar, óptimo. Agora andarmos a pagar para estas escolas terem tudo e mais alguma coisa, ao ponto de ser vergonhoso quando comparado com as escolas verdadeiramente públicas, que precisam bastante daquele dinheiro. Escolham a escola dos vossos filhos. À vontade. Mas não há custa do dinheiro dos outros. 

Ultimamente ando muito revoltada, eu sei.
Deve ser stress dos exames. 

anda tudo doido?


fonte
Digam-me lá que dia é hoje. Dia 26 de Janeiro de 2011, certo? Não ando louca nem perdida no tempo. Portanto, se a matemática não me falha, ainda faltam... 18 dias, mais coisa menos coisa, para o Dia dos Namorados, certo? Então, porque raio é que anda já tudo a falar desse malfadado dia?

Vocês não me assustem pá! Anda uma rapariga com a cabeça enfiada nos livros, meia zumbi e morta para o mundo e, nos breves intervalos em que vem cuscar a blogosfera, encontra já textos todos cheios de corações e mariquices destas... Até pensei, por momentos, que Fevereiro chegara sem eu perceber... Mas esta história de preparar tudo com um mês de antecedência virou moda, é? No Natal houve pessoal que em inícios de Novembro já tinha a árvore feita e tudo iluminado, agora anda já tudo a pensar no dia dos corações, dos ursos de peluche com "I love you" na barriga e etc e tal. Por favor. Poupem-me. É que já é suficiente mau haver um dia dos namorados. Ter que levar com ele por antecipação é praticamente pesadelo.

E sim, sim, sou contra o dia dos namorados. E não, não sou uma solteira a canalizar a minha raiva provocada pela minha solteirice contra os outros casalinhos apaixonados. Quando tive namorado também achava uma estupidez. E não entendo as mulheres que se sujeitam a participar nesta palhaçada. É que fazer um programinha intimo a dois, marcar a data com algo especial, aqui a mini até aceita, entende e aprova. Agora, o programa que a maior parte dos casais faz, só para inglês ver? Acha pachorra!

Ora, vejamos, do que falo eu? Falo dos casalinhos que escolhem TODOS ir jantar fora neste dia. Nem que a conta seja praticamente um assalto à mão armada, só por o calendário marcar dia 14. É que namorado que se preze, exibe a namorada em público, para mostrar como são felizes e apaixonados e cutchi-cutchi. É também o dia dos namorados irem fazer o frete de ir comprar flores e comprarem presentes lamechas e sem jeito nenhum para as suas caras-metades. E as namoradas também têm a sua quota de coisas pirosas, que o menino finge achar muita piada, ainda que, se fosse noutro dia qualquer lhe dissesse algo como "mas tu estás te a passar?". Não podemos também esquecer dos comentários e comparações das várias mulheres comprometidas de todo o país, a ver quem teve o dia dos namorados mais especial, a ver quem teve o maior urso, ou o ramo de flores mais caro. Ou o gesto mais romântico. E a olhar de lado as pobres coitadas que têm uns namorados tão reles, mas TÃO reles, que tiveram de se contentar em ficar em casa, enroladinhas no sofá com o gajo, a partilharem uma manta e a enfardarem-se em pipocas.

Acho que nem preciso de dizer que sou muito mais o segundo programa. Às vezes, sinto-me tão pouco "mulher" nestas questões da mais alta importância... E nem é falta de romantismo, juro que não.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Quero um cão destes!


Os bichinhos cá de casa (2 cães e 2 gatos) são muito entendidos, muito lindos e a coisinha fofa da dona, como eu costumo dizer. Mas ainda não me fazem a cama, nem me vão buscar os chinelos. Será que se os puser à ver o vídeo, aprendem? Dava um jeitão!

terça-feira, janeiro 18, 2011

(a)normalidades

Sempre soube que não sou normal. Foi sempre uma certeza na minha triste vidinha. Foi difícil de aceitar, no inicio. Uma pessoa entra em negação, revolta-se, porque não quer ser esquisita, nem diferente de um modo mau. Mas pronto, por fim lá aceitei. Até podia dar aqui uma de filosofa e dizer que aceitei porque percebi que todos somos um bocado anormais e parvos. Mas não, nada disso. Aceitei porque é mais giro ser anormal. E porque estou me pouco importando com os sussurros mais ou menos audíveis "esta gaja é mesmo anormal" quando faço uma esquisitice, como desatar a rir sozinha na rua, de forma nada discreta e não conseguir parar.

Mas às vezes, muito raramente, fico preocupada. Pergunto-me se não sofrerei de TOC ou algo do tipo. Se a minha esquisitice não terá algum nome médico manhoso e difícil de dizer, que vai tornar toda a minha anormalidade oficial.

Falando em termos mais concretos... O que me passa pela cabeça para ler, durante o banho, os frascos do shampoo, amaciador, gel de banho e todos outros frascos que vão parar à banheira? Pior, qual a ideia de ler os mesmos frascos, de todas às vezes que tomo banho (e que não é assim tão raro, sou uma rapariga que gosta de andar cheirosinha, TÁ!?) ao ponto de já saber o que lá está escrito praticamente de cor? Até já pensei em levar um livro para a banheira, para ver se a pancada me passava, mas acabei por desistir, por medo de isso me fazer AINDA mais esquisita. Quer dizer, eu sei que há pessoas que lêem quando estão na sanita. O meu pai, por exemplo, leva o correio para a casa de banho. Assim, quando lê as contas, dá lhe uma dor de barriga descomunal e pronto, assunto resolvido. Para não falar do simbolismo simpático que é estar na casa de banho com as contas da luz, da água e mais essas desgraças todas que nos enfiam na caixa de correio. Dá todo sentido à frase "estou-me a cagar para isto!"

Eu cá não vou para a casa de banho artilhada com revistas, livros ou qualquer outro material de leitura. Antes fosse. Porque faço coisas piores. Como na semana passada, em que ia a caminhar tranquilamente, depois do meu exame de Finanças, até ao estacionamento onde larguei meu querido carro. E enquanto caminhava, ia recordando a vergonha que passei na entrega dos exames, que deve ter feito os profs pensar que eu tinha algum atraso mental. E ia descontraída, a resmungar com os meus botões, a gesticular, a rir-me e abanar a cabeça perplexa - mas sem deixar de achar piada - por ser tão tolinha quando, ao levantar o olhar para observar a rua deserta, me dou de caras com um homem sentado no carro, a olhar para mim embasbacado e indeciso sobre a possibilidade de chamar uma equipa do Sobral Cid para me colocar numa camisa de forças. Corei, fiquei de todas as cores existentes e por inventar, mas mantive o olhar firme e decidido em algum ponto à minha frente, muito dona do meu pequeno nariz, enquanto acelerava o passo, encafuava-me dentro do carro e saía dali com a dignidade que me restava.

Há cenas que fazemos que são mesmo para esquecer, a sério. Mas eu não, anormal como sou, publico-as no blog para divertimento do pessoal que me lê. Ao menos faço alguém rir. e sentir-se mais normal. Espero eu!

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Sobre o tema do momento...

O escândalo surgiu e de repente nos meios de comunicação social não se fala de outra coisa. Os dois amantes, a morte e a prisão, os amigos, familiares, os detalhes sórdidos, as opiniões da sociedade. Nem os bloggers ficam indiferentes. Alguns chegam ao ridículo de fazer um post com um comentário insignificante sobre o assunto, como se fosse só para marcar presença. Já vi coisas como "Que confusão esta do CC e do RS". Sim, só isto. Há pessoas que parece que sentem uma enorme necessidade de se pronunciar sobre este assunto, nem que seja na última linha de um texto sobre qualquer outro assunto que nada tem a ver com a morte do jornalista. Mesmo que não tenham nada para dizer. Mas está lá. Assim, podem dormir de consciência tranquila pelo sentimento de dever cumprido. E ainda lucrar com umas visitinhas resultantes de pesquisas no Google dos nomes dos envolvidos.

É por isso que este texto não tem nomes. Por coerência, para não fazer aquilo que crítico. E porque não quero gente parva que venha cá parar por acaso a chatear-me a cabeça por não concordar comigo. Podem discordar. À vontade. Mas com respeito e educação porque somos todos civilizados, supostamente, certo?

Tenho obviamente opinião sobre o homem de 65 anos, assassinado num hotel de NY e sobre o modelo, que perdeu mais do que ganhou ao participar do concurso da SIC. Tenho lido as notícias sobre o assunto e até seguido com algum interesse o Registo Criminal da SIC, no companhia das manhãs. E quanto mais ouço e leio sobre o assunto, mais pena e desprezo tenho de toda esta situação. Pena de um homem que foi espancado e humilhado por mais de uma hora. Por um jovem que destruiu a sua vida, ainda que a culpa seja só e unicamente sua. E desprezo por este jovem, de 21 anos, que já tem boa idade para ter juízo, respeito ao próximo e já é homem suficiente para arcar com as consequências dos seus actos. Um jovem que releva uma falta de estrutura, de personalidade e uma covardia sem tamanho. Sim, porque não me venham cá com histórias. Uma pessoa bem formada não espanca outra durante uma hora enquanto lhe joga na cara como só o andou a comer por dinheiro. E a seguir não lhe enfia com um computador pela cabeça abaixo e usa um saca-rolhas para o mutilar. Não se trata só de homicídio. Uma coisa é dar um tiro. Outra coisa é torturar, mutilar, humilhar e por fim causar a morte ao outro.  

Desprezo, para além disso, pela homofobia e hipocrisia que uma boa parte da sociedade destila quando comenta este caso. Sinto nojo por haverem pessoas em meu redor que acham que uma pessoa, um velho de 65 anos, por ser gay, merece a morte, a tortura e toda a porrada que um jovem 21, cheio de força, lhe der. Nojo, espanto, incredulidade por ainda falarem deste psicopata cruel como se ele fosse a vítima. Oh, coitadinho do menino que foi levado para maus caminhos. E dá-me vontade de rir por condenarem uma relação entre um homem de 65 anos e um jovem de 21 sendo que, se se tratasse de uma jovem da mesma idade, não fariam tantos comentários. Achariam, talvez, quase normal. Alguns até aplaudiriam o vigor do velho que ainda conseguia apagar o fogo de uma miúda de 21. 

Poupem-me, a sério... E já agora, solidariedade à família. De ambos.

 Se estás a ler isto e não percebeste 
nada do que estou a falar...Em que
buraco tens andado enfiado nos
últimos tempos?

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Memórias

É sempre uma emoção quando encontro amigos de infância, perdidos da minha vida já há muito anos, no facebook. Hoje foram logo duas.

Uma delas, foi minha colega nos 3 últimos anos da primária, mas reprovou no 4º e perdi-lhe o rasto. Era a problematemática, porque para ela a matemática era um bicho de 7 de cabeças. Um verdadeiro problema. Tenho uma visão bastante clara dela, à frente do quarto, em cima do estrado, o giz na mão e a expressão triste e confusa enquanto tentava resolver uma conta de subtrair bastante simples. A professora insistia e insistia em conseguir que ela resolvesse o problema mas ela esquecia-se sempre de contar os que vinham de trás e depois o resultado dava-lhe todo mal. Até que a professora desistia, resolvia a conta e mandava-a sentar. Depois do quarto ano, só a voltei a ver no meu 6º ano, quando ela chegou ao 5º. Jogávamos à macaca algumas vezes mas o ano acabou e lá mudei eu de escola outra vez. A verdade é que já não me lembrava dela, mas é daquelas amizades de infância que sabem bem recordar, porque me faz recuar a uma época em que tudo era simples, até mesmo as amizades e as discussões - quando haviam - resolviam-se num abrir e fechar de olhos. Assim que vi a foto dela no facebook reconheci-a logo. Está igualzinha!

A outra, foi minha colega de turma do 7º ao 9º ano. E foi também a minha melhor amiga na maior parte do tempo desses 3 anos. No inicio éramos inseparáveis, mas quando começámos a crescer as coisas começaram a complicar-se. De repente, ela só pensava em namorar e enfiar a língua na boca dos rapazes, coisa que aqui a mini, muito mais tímida e reservada, não estava muito preocupada no momento. Além disso, os meus pais exerciam um controle maior e portanto, eu acabava por ser a amiga responsável e consciente. Continuávamos amigas e era a mim que ela procura quando queria bons conselhos, mas já não era a mesma coisa. Eu não alinhava em todas as suas loucuras e às vezes era um bocadinho desmancha-prazeres nas minhas tentativas de reprimir os seus impulsos adolescentes. Aos 13/14 anos é muito mais divertido dar ouvidos aos amigos que, diante de um abismo, gritam: "salta!" do que os chatos que insistem que não devemos saltar porque certamente nos vamos magoar na queda.

Enfim, com o secundário o contacto e a amizade perdeu-se completamente, o porquê não interessa agora. Mas foi bom encontrar o perfil facebookiano dela, ver as fotos, saber que, apesar dos tropeções pelo caminho, ela conseguiu concretizar minimamente os seus sonhos e depois, ficar pasma e a sentir-me velha ao ver uma foto das pirralhas, as pequenitas irmãs gêmeas dela que agora já são adolescentes todas giraças. E muito provavelmente, mais altas que eu! E o melhor de tudo, é ficar feliz por ela e perceber que, independentemente do passado, não guardo qualquer rancor ou mágoa.

E deu-me para ser sentimental hoje... Deve ser do estudo intensivo.