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terça-feira, julho 19, 2011

Happy Birthday to me!



 21 aninhos! Vá, é o dia de serem fofinhos e só deixaram elogios à minha pessoa na caixa de comentários!

quarta-feira, junho 15, 2011

Eu nunca... [respostas]


1.   Eu nunca fiz ioga.
Verdade verdadinha, claro! Não fiz e sinceramente, acho que nem faria. Pelo que conheço de ioga, o mais provável era adormecer ao fim de 5 minutos.

2.   Eu nunca tirei uma negativa na pauta até chegar à faculdade. 
Ops. Falsa, infelizmente. Tive negativa no 2º período do 9º ano a Matemática, sendo que nem odiava matemática, mas sinceramente, não andava a perceber patavina do que o prof tentava ensinar. Tive ainda também, negativa a educação física, no 8º ano. Motivo: ser pequenina e não ter mãos para jogar basquet e andebol. Que culpa tenho eu disso? Não faço ideia!

3.   Eu nunca bati em alguém. 
Falsa, novamente. Já não bato em ninguém há algum tempo - lol - mas já houve 2 ou 3 situações em que tive recorrer ao estalo. Além disso, batia no pessoal no karaté, mas não sei se conta para aqui :p

4.   Eu nunca fiquei bêbada.
Verdadeira! Com muito orgulho, já agora. Eu praticamente não bebo, já até mencionei isso aqui no blog. Quando bebo é em jantares da faculdade e tenho sempre tino, quanto mais não seja porque estou a conduzir. Sinceramente, acho deprimente beber até cair com a desculpa de "estou a divertir-me", mas desde que não me incomodem, bebam à vontadinha...! Quanto a mim, a minha felicidade natural já é suficiente para ter passado por bêbada algumas vezes, em noites que não tinha bebido uma única gota.

5.   Eu nunca fiz uma directa. 
Falso. A minha primeira - e única, nunca mais fiquei com vontade de repetir! - directa foi na véspera de sair o resultado dos exames nacionais. Fui-me deitar e pus-me a ler o "Crepúsculo". Achei o livro absurdamente viciante, não o queria largar, era sempre um capitulo atrás de outro e quando percebi já eram 4horas da manhã e eu sem dormir. Ainda tentei, mas a expectativa dos exames não me deixou sossegar, portanto, continuei a ler o livro. Às 9h30 da manhã já o tinha lido todo, saltei da cama e fui à escola, ver as notas. Mas sinceramente, não me dou bem com falta de horas de sono. Os olhos ardiam-me, sentia-me fraca e acho que só a felicidade pelos resultados me manteve em pé até às 18horas, altura em que fui dormir porque até já me estava a sentir mal. Foi uma experiência tão má que nunca mais repeti. Pouco ou muito, preciso sempre de dormir alguma coisa. 

6.   Eu nunca toquei numa cobra.
Falso! Toquei numa com uns 13 ou 14 anos, uma vez que fui ao circo com a escola. Foi uma sensação fantástica. Não senti medo, talvez por a cobra estar bem segura nas mãos do expert, e foi um toque rápido mas foi aquela coisa de "epá, já toquei numa cobra!". Quantas pessoas no mundo podem dizer isto? Não muitas :P

7.   Eu nunca andei de mota.
Verdade. O meu pai tem um problema com motas, porque perdeu um amigo num acidente de mota. Portanto, sempre proibiu as filhas de andarem. Além disso, nunca senti vontade de andar, talvez exactamente por, desde criança, me ter sido incutida a ideia de "motas são más". Provavelmente, ter visto um rapaz de 20 anos morto na estrada depois de um acidente de mota, também ajuda a não me sentir fascinada por tal veículo. Não digo que nunca vá andar na vida, mas não me parece que algum dia substitua o meu carro por uma mota. É verdade que tanto se morre de carro, como de mota, ou até simplesmente a sair da cama mas... Quantos tipos de mota têm um acidente e se safam?

8.   Eu nunca parti um osso.
Verdade. Já torci e afins, mas partir nunca. Nem mesmo a cabeça, em criança. 

9.   Eu nunca vi um jogo de futebol no estádio. 
Falso! Já vi vários, a maior parte da Selecção Nacional e alguns da Académica.

10. Eu nunca estive internada no hospital.
True! Não quero nada com hospitais, obrigada!


Não houve ninguém que acertasse nas 5 frases. Oooh! :(
Quem acertou mais foi o Jedi, que acertou 3!
Palminhas para ele lol
Se responderem ao desafio avisem :)

terça-feira, junho 14, 2011

Eu nunca...

Desafio encontrado no blog da Andreiazita, o Interessante (ou não). O desafio consiste em dizer 10 frases começadas por "eu nunca" sendo que 5 delas serão verdadeiras e outras 5 serão falsas, desafiando os leitores a tentar descobrir quais as verdadeiras e falsas.

  1. Eu nunca fiz ioga.
  2. Eu nunca tirei uma negativa na pauta até chegar à faculdade.
  3. Eu nunca bati em alguém.
  4. Eu nunca fiquei bêbada.
  5. Eu nunca fiz uma directa.
  6. Eu nunca toquei numa cobra.
  7. Eu nunca andei de mota.
  8. Eu nunca parti um osso.
  9. Eu nunca vi um jogo de futebol no estádio.
  10. Eu nunca estive internada no hospital. 

Fico à espera dos palpites!

    sexta-feira, junho 10, 2011

    Sei que estou num dia sensível quando...

    ...acabadinha de acordar, sentada na minha cozinha a devorar com enorme satisfação um Waffle de chocolate, foco a minha atenção no Kung Fu Panda - filme que nem gosto particularmente -, quando estão a contar a história da Tigresa. A Tigresa, coitadinha, que vivia no orfanato, isolada e excluída e que todos consideravam um monstro porque ela não conseguia controlar a sua força e destruía tudo em que tocava. Por isso, quando, uma vez por mês, as crianças do orfanato recebiam famílias que queriam adoptar, a Tigresa nunca era escolhida.

    É então que, um dia, chega Shifu ao orfanato e, durante longos meses, treina Tigresa para que ela consiga controlar a sua força. Mas mesmo assim, continua a não haver ninguém interessado em adoptar um pequeno tigre e é o próprio Shifu que a tira do orfanato.

    A história termina e a Mini está hipnotizada a olhar para a televisão, a waffle esquecida no prato e a lágrima no canto do olho... Pronto, hoje acordei assim, lamechas. Podia ter-me dado para pior...


    domingo, maio 01, 2011

    Amanhã...

    ...é dia de tirar a capa e batina, vulgo traje académico, do armário, voltar a vesti-lo desde a última praxe, ajeitar a gravata e pôr a capa aos ombros. E voltar a sentir o mesmo sentimento que tive quando o experimentei n'A Toga, há pouco mais de 2 anos atrás, o nó na garganta, a lágrima no canto do olho. Pensar como é estúpido ficar assim sempre que trajo, ainda que não seja nenhuma ocasião especial. E olhar uma última vez para o espelho, antes de sair de casa, e adorar o que lá vejo, porque, modéstia à parte, fico tão gira trajada! Apesar das meias, dos sapatos, da saia pouco moderna, da camisa que tenho que dobrar nos punhos porque me fica um pouco grande nos braços.

    Amanhã, dia do julgamento das caloirinhas. Ainda me lembro do friozinho na barriga que sentia, o receio perante o desconhecido, por não saber o que me esperava, pois ninguém deu com a língua nos dentes sobre o que diabos acontecia no julgamento. De ter adorado, cada segundo, apesar de ter demorado horas até chegar a minha vez.

    E a queima está quase, quase ai! Ansiedade a mil!

    quinta-feira, abril 21, 2011

    Coisas de irmãs

    Eu e a minha irmã temos exactamente 9 anos e 6 meses de diferença.
    Quando olho para trás, para todos os momentos que passámos juntas, fico maravilhada pela forma como a nossa relação evoluiu, mudou e
    ainda assim permanecemos unidas.

    A minha irmã tomou conta de mim quando eu era bebé e a minha mãe não podia. Deu-me banho, mudou-me as fraldas e cantou canções de embalar para me adormecer. A minha primeira palavra "Olá", foi graças a uma grande insistência dela, que passou toda uma viagem de carro a dizer-me olá, talvez na esperança que eu fosse uma espécie de papagaio. Mas eu já era desmancha prazeres desde pequenina e mantive-me toda a viagem calada. Só quando chegámos ao destino, tendo já a minha irmã desistido de me fazer soltar algum som compreensível, é que decidi dizer olá a toda a gente que passava por mim.

    Quando eu era criança e ela estava já na conturbada fase da adolescência, foi a fase mais complicada. É claro que nos adorávamos, mas eu adorava ainda mais arrelia-la. E ela não tinha grande paciência para aturar a pirralha chata. Lembro-me que, uma vez, lhe escondi um papel importante da escola e à noite ela andava a virar a casa toda à procura do papel. E acusava-me de o ter escondido e eu jurava a pés juntos, na altura com 6 anos, que não tinha sido eu. Até que, por fim, lá tirei o papel do esconderijo e deixei-o num lugar mais acessível na secretária dela, e fui refugiar-me nos braços da mamã. Divertia-me a irrita-la mas também receava que ela se irritasse para valer, apesar de ela nunca me ter batido.

    Ainda me lembro de quando brincávamos juntas, na cama ou no sofá, a fazer cócegas uma à outra. Ou quando eu tentava expulsa-la da cama e me esforçava para a puxar e a empurrar até ela cair da cama. Nunca fui bem sucedida, claro. Ela fazia-se ainda mais pesada e só se ria quando eu a puxava pelas pernas e a tentava rolar pela cama até ficar sem forças.

    Houve uma vez, com uns 5 anos, que a mordi. Primeira e única vez, situação que rende muitas gargalhadas cá em casa e que na altura me rendeu uma palmada do meu pai no rabo. Foi numa fase em que era moda, no infantários, os miúdos andarem à dentada. E eu achei que fazia todo o sentido levar tais práticas canibais para casa e aplica-las à melhor cobaia do mundo: a minha irmã, claro! Era de manhã e ela estava a lavar os dentes quando eu entrei na casa de banho. Foi quando, do nada, lhe agarrei a nádega direita como quem agarra uma sandes ou um Big Mac e lhe dei uma dentada. Assim, sem aviso prévio. Ela gritou, os meus dentes ficaram marcados no rabo dela e o meu rabo tremeu com a palmada que recebeu. E a experiência nunca mais se repetiu. E caso estejam a pensar nisso: não, não ficou nenhuma marca permanente, garanto-vos.

    Sou uma Mini praticamente sempre com a resposta na ponta de língua e uma resposta certeira. Devo-o à minha fantástica irmã, que também domina essa arte. Desde miúda que, a discutir ou só a brincar, lhe mandava bocas, inicialmente, ouvidas na escola ou na TV, e mais tarde, elaboradas por mim. E claro, ela respondia-me sempre à letra, e deixava-me sem resposta. Eu ficava a pensar naquilo, a elaborar uma contra-resposta. E uma contra-contra-resposta e assim sucessivamente. Ou usava as brilhantes respostas dela na escola. Era um exercício mental excelente. Adorava! E de repente, as discussões com a minha irmã tornaram-se uma boa fonte de maneiras para calar os idiotas coleguinhas de escola, que me atormentavam por ser mini. Até que, o aprendiz supera o mestre, e comecei a conseguir responder à letra à maninha e deixa-la também sem resposta. Hoje em dia, ainda continuamos a picar-nos mutuamente. Às vezes, ganha ela, outra vezes, ganho eu, mas sempre com fair-play!

    Acho que foi na minha adolescência que começamos a tornar-nos mais amigas e não somente irmãs. É claro que não éramos confidentes, a diferença de idades era um impecilho a tal. Mas as discussões tornaram-se pouco frequentes. A relação tornou-se mais harmoniosa e calma. Além disso, quando deixamos de viver juntas, tornou-se uma enorme perda de tempo, gastar o tempo que estávamos juntas a discutir. De repente, eu já não era a pirralha insuportável. Era a irmã mais nova, a pequenina dela, mas começou a levar-me com ela, quando saia com os amigos, a convidar-me para ir passar umas mini-férias em Lisboa, só com ela. E quando entrei para a faculdade, considerou-me minimamente adulta, ao ponto me perguntar pelos namorados ou se precisava de preservativos "porque é melhor estares prevenida para o caso dele não ter...", o que me fazia corar de vergonha por, de repente, estar a ter tal conversa com a minha irmã mais velha.

    A verdade, é que faço tudo pela minha irmã e ela por mim. No meu aniversário de 12 anos, ela levou-me ao cinema com uma amiga minha, mesmo tendo que estudar porque ia ter exame uns dias depois. Levou os livros para o centro comercial para estudar enquanto víamos o filme, mas claro, pouco estudou. Mas não se queixou, nem me tentou demover da ida ao cinema. Na minha primeira Queima, quando eu ainda não tinha carta, ela foi comigo a algumas Noites do Parque e, nas outras, foi ela que me foi buscar, quase às 4 da manhã e cheia de sono. Algo que muito espantou os meus colegas e amigos que não achavam normal a minha irmã fazer aquele "frete" por mim, pois os irmãos deles não fariam.

    A minha viagem de finalistas foi com a minha irmã. Eu não quis ir para Lloret de Mar. Não fazia o meu género, achei um absurdo o preço, e não me imaginava a ter que aturar a minha turma bêbada. Se nem sóbrios eles são aturáveis, nem queria imaginar bêbados... Portanto, fui a Paris com a minha mana e uma amiga dela. Foi das melhores decisões da minha curta vida.

    Depois de quase ter morrido afogada numa piscina, por volta dos 4 anos, eu só entrava na piscina ou no mar com a minha irmã. Era a única pessoa em quem eu confiava. E ela nadava na praia comigo às cavalitas dela, até eu me tornar demasiado pesada para fazer tal coisa. Então, começou a tentar ensinar-me a nadar, depois de vários professores de natação terem falhado pois nem conseguiam que eu entrasse dentro de água. Ainda me lembro, dela no Verão, a tentar ensinar-me a boiar, depois de uma luta intensa para conseguir que a Mini se acalmasse, perdesse o pânico, e parasse de a agarrar como um náufrago a agarrar a sua tábua de salvação. É verdade que não me ensinou a nadar - só aos 15 anos é que reuni estabilidade emocional suficiente e confiança na professora para aprender o imprescindível para me safar - mas, quando relembro a quantidade de vezes que aguentou estar na piscina e no mar, comigo agarrada a ela como uma lapa, admiro-lhe a paciência, a dedicação. Aquilo, meus amigos, era amor puro. Totalmente incondicional. Quando penso nisso vêm-me as lágrimas aos olhos porque acho, que aqueles foram os momentos, em que a minha irmã melhor manifestou como me amava e me protegia a qualquer custo. Sem palavras, ela gravou em mim a certeza de que ela estaria ali, para sempre, para o que desse e viesse. E que não me soltaria nem perante um tsunami.

    E ela é "só" minha meia-irmã. Não temos o mesmo pai em comum, mas isso nunca fez diferença entre nós. Nunca influenciou de forma alguma o nosso sentimento. Na verdade, a maior parte do tempo nem me lembro que temos pais diferentes. E enche-me de mágoa e revolta, as pessoas tacanhas que defendem que irmãos filhos do mesmo pai, são irmãos enquanto que os irmãos filhos da mesma mãe, são apenas meio-irmãos. Que há diferença, para além das óbvias (os primeiros terem saído da mesma pilinha e os segundos terem partilhado a mesma barriga), que torna uns mais irmãos que outros. Sinceramente, alguém devia explicar aquela questão dos cromossomas a esta gente: 23 cromossomas de um espermatozóide, 23 cromossomas de um óvulo. Se só tem um progenitor em comum, são meio-irmãos, tenham o pai ou a mãe em comum. Ponto final. E olhem que eu não sou nenhuma especialista em ciências, biologias e afins...

    Meia-irmã ou não... É minha. A melhor do mundo. 
    O meu role model,
    em conjunto com a mamã.

    E, ainda que ela não vá ler este texto, nem eu alguma vez lhe tenha dito estas coisinhas bonitas, sei que ela, no fundo, sabe. 
    Ou pelo menos, assim espero.

    quarta-feira, abril 20, 2011

    Relações super-cola 3

    A Carolina e o João são namorados, já há uns quatro anos. Vivem juntos, estudam na mesma faculdade. E não vivem um sem o outro. Quando a Carolina tem aulas e o João não, ele sai da caminha mais cedo e acompanha-a à faculdade. Só para lhe fazer companhia. E fica na faculdade, durante 2 ou 3 horas, no bar a tomar café e a ler o jornal enquanto ela está na aula, só para nos curtos intervalos de 15 minutos estarem juntos - isto se os professores decidirem fazer intervalo.

    Por outro lado, quando o João tem aulas e a Carolina não, ela vai para casa. E quando vê que a hora da aula já passou, assim como os 15 minutos que ele demoraria no caminho, telefona-lhe, "só para saber onde ele anda e se demora". Faz a mesma coisa quando ele se atrasa na saída do emprego.

    Quando ela trabalhava, jantava às vezes com os colegas de trabalho, porque saia às 19h e o João estava a trabalhar.. Isso rendeu várias discussões entre eles, porque ela tinha mais era que estar em casa e não a jantar com gajos que se estavam a atirar a ela.

    O João sempre foi muito de sair, ir beber com os amigos. Entretanto, começou a cansar-se dessa vida e fica mais por casa, com a namorada. Mas, muito raramente, recebe amigos em Coimbra, sai com eles, embebeda-se e só chega a casa quase de manhã. E a Carolina fica chateada e discute com ele. Por ele sair, por ele beber, por ele ter chegado tarde a casa e por estar de ressaca no dia seguinte.

    Mesmo nas férias a Carolina gosta de acordar cedo. Por volta das 9h da manhã salta da cama, para aproveitar o dia. Aproveita o dia para estudar, fazer limpezas, ir ao supermercado. O João é mais amigo de ficar na cama até às 11. Mas quem disse que pode? Nem pensar. A Carolina não deixa. Assim que salta da cama, dá só mais 30 minutos para o João a seguir, mesmo que o rapaz não tenha nada para fazer. E se ao fim de meia hora continuar na cama, ela chama-o, expulsa-o da cama, faz barulho pela casa toda para ele não dormir mais. Até que por fim ele desiste de dormir, sai da cama, arranja-se e vai tomar um café à rua. E depois volta e fica deitado no sofá a dormitar.

    E esta relação existe. O João e a Carolina são meus amigos há quase 3 anos e dia após dia, acompanho o namoro deles, o controle, as discussões e as manias - dele e dela. E não acho normal. Não consigo achar normal namorados que passam 90% do tempo juntos, a respirar o mesmo oxigênio, como se estivessem ligados pelo cordão umbilical. Não acho normal o João ficar chateado por ela ir jantar fora com colegas de trabalho, assim como não acho normal os telefonemas da Carolina ao mínimo atraso e todo o drama por ele ter ido beber uns copos com os amigos. Acho ridículo que, perante um convite meu para uma ida ao cinema, ela diga que em principio sim, mas tem que falar com o João antes, "para ver se ele não se importa de ficar sozinho". A meu ver, há aqui alguma falta de confiança, controle a mais e cola a mais. Se fosse comigo, nunca resultaria. Sentir-me-ia sufocada. Nunca aguentaria alguém a controlar quantas vezes saio ou as horas a que acordo. Eu preciso do meu próprio espaço para, quando me apetecer estar sozinha, não ter que o justificar a ninguém, nem ter que pensar duas vezes em aceitar um convite para sair se me apetece ir. Mas quando me atrevo a dizer alguma coisa, vem logo o mesmo argumento, que falo assim porque não é comigo, que é preciso controlar os namorados, que quando se ama é assim e bla bla bla. E por último, que eu não sei nada da vida. E isto irrita-me. Irrita-me que as mesmas pessoas que me dizem que nem pareço uma miúda de 20 anos, quando lhes convém já sou uma catraia que não sabe nada, quando comparada com eles, que já estão no auge da sabedoria com os seus 25 anos. Consistência no que se diz também é uma coisa muito adulta, sabiam?

    É neste ponto que desisto de tentar mostrar o meu ponto de vista. Porque não vale a pena.


    segunda-feira, abril 18, 2011

    Tea Time #1

    Quase uma da manhã, na casa da Mini já quase tudo dorme. A TV está com o volume quase no mínimo, ligada mais por hábito do que por qualquer outra coisa. Os cães dormem e os gatos estão à janela, a ver as vistas, ainda que não ande vivalma na rua. E a Mini o que faz? Bem, a Mini está sentadinha à secretária, pijama vestido, pernas à chinês e a beber o seu chá de menta e eucalipto. Logo ela, que nem é grande fã de chá - coffee girl, not tea! - sentiu hoje uma enorme necessidade de beber uma chávena de chá. E sentia-se tão aventureira que até experimentou um sabor novo. Pôs dois cubos de gelo, o que não impediu que queimasse o lábio. Entretanto, vai bebendo o chá e navegando na net. E repara que sempre que pousa a chávena, há uma mosca irritante que se vai passear perto dela, atrevendo-se até a pousar as suas patinhas nojentas na chávena, esfregando-as como se estivesse prestes a aprontar alguma. Um verdadeiro ultraje!

    A Mini fulmina-a com o olhar, tenta afasta-la com gestos enérgicos mas a mosca volta sempre. E nem os sacanas dos gatos estão interessados em caça-la! Irrita-se e tenta matar a mosca, mas tudo o que consegue é fazer uma barulheira monumental, capaz de acordar a casa toda. Mas não se rende. Nem agora, mesmo depois de ter terminado o seu chá, deixa a mosca beber - ou sugar, seja lá o que as moscas fazem - as gotinhas que sobraram. E sim, é só mesmo para ser má e mostrar à mosca que quem manda é ela e pronto. E não se contraria uma Mini durante a madrugada.

    Ao escrever este post, cheia de calor por culpa do chá e ainda a travar uma luta silenciosa com a mosca, começa a pensar que, se calhar, o chá estava adulterado e que lhe subiu à cabeça. Que isto de andar às turras com moscas não é coisa de gente normal, e menos normal ainda é escrever sobre isso e tornar o texto público. Portanto, vai-se enfiar na caminha, ver se os efeitos nefastos do chá passam e espera que a mosca não se lembre de a seguir.

    Boa noite a todos.
    Isto de escrever referindo-me a mim própria na
    3ª pessoa, é muito giro. Até me sinto mais interessante.


    terça-feira, abril 12, 2011

    sad. sadness.

    Magoada. Magoada por, numa conversa com os meus 2 melhores amigos, no meio de uma partilha relativamente a algo que me está a incomodar, um deles (J.) decidir ter um daqueles momentos em que a sua sensibilidade é do tamanho de uma ervilha e se pôr a gozar com a situação e com o que eu sentia relativamente a ela. Magoa que depois de eu, já sabendo que ele tem tendência a levar as coisas sempre a brincar, lhe ter mostrado que estava a falar a sério e que não me apetecia brincar com o assunto, ele persista na parvoíce. E no meio da mágoa, que eu sei que vai passar, surge a irritação. Porque eles são um dos meus pontinhos fracos. São duas pessoas em que, certas atitudes protagonizadas por outras pessoas não teriam qualquer importância mas, por serem eles a pratica-las, ganham outros contornos e conseguem arruinar-me totalmente o dia e o bom humor. Fazem-me sentir mal. Pela atitude, pela insensibilidade, por estar a perder tempo chateada com eles - por culpa deles - quando podíamos estar perfeitamente bem, a rir e na palhaçada como sempre. E chateada comigo mesmo por, depois da I. ter tentado falar comigo porque "não te vais embora chateada", eu ter sido bruta com ela, mesmo que o meu lado racional grite que ela só alinhou na brincadeira porque apanhou a situação a meio e não ter podido perceber que a situação não era propicia. "Vocês já não são nenhumas crianças para não perceberem quando estão a magoar alguém, porra!"

    Amanhã, depois de umas boas horas de sono, tudo isto provavelmente já vai estar esquecido e vai-me parecer irrelevante. Não sou de ficar a remoer as coisas durante muito tempo até porque não aguento muito tempo chateada com as pessoas que gosto. Quando amanhã os vir, sei que provavelmente já terei posto tudo para trás das costas e vou agir como se nada tivesse acontecido. Mas hoje, sinto-me triste e só me apetece ficar sozinha, enfiadinha na minha cama, com o meu gato a ressonar encostado às minhas pernas.

    E não percam tempo a comentar isto, a sério.
    É um desabafo sem qualquer interesse e
    amanhã vou achar completamente 
    ridículo tê-lo publicado aqui.

    segunda-feira, abril 11, 2011

    Pagar a conta

    Há algum tempo que me intriga e me faz alguma confusão algo que, aparentemente, para a maior parte das mulheres é muito evidente e que não causa estranheza nenhuma. Estou a falar daquilo a que a maior parte das mulheres qualifica como cavalheirismo: os homens pagarem a conta do restaurante/café/cinema/whatever.

    Poucas são as mulheres que conheço que não acham que os homens não têm o dever de pagar a conta. Defendem que homem que é homem paga a conta, desde um simples café a um jantar completo. Alegam que fica bem, que se conhece um verdadeiro cavalheiro no momento fatídico em que a conta é entregue. Torcem o nariz e há mulheres que nem voltam a sair com o espécime do sexo masculino que se atreveu a dividir a conta. Algumas defendem que só é preciso os homens pagaram no primeiro encontro, outras, mais radicais, reivindicam que os homens devem pagar em todas as saídas. E eu chego à conclusão que ou anda tudo doido ou eu não me encaixo nos requisitos para ser mulher.

    Meninas, desculpem lá, mas que grande treta! Porque raio é que o homem, só por ser homem, tem que pagar a conta? Por acaso o dinheiro cai-lhes do céu? É ridículo que a mulher, em pleno século XXI, depois de tanto ter lutado pela sua independência, inclusive económica, emancipação feminina, pela igualdade dos sexos e blablabla, na hora de pagar a conta, defenda estas ideias arcaicas só porque lhe é conveniente. Se ele quer conquistar-me, tem que pagar a conta... Que conquista cara...! E se depois de conquistar ele achar que o produto não compensou o investimento, tem direito a devolução? Não tem, pois não? Então que tal arranjar uma conquista que não inclua levar o pobre coitado à falência? Nem percebo como é que os homens ainda vão na conversa... Comigo, a conta é dividida. Ou então, uma vez paga ele, da próxima pago eu. É uma questão de justiça e de ser coerente. Se a situação fosse inversa, ninguém calava o mulherio a protestar contra tal injustiça.


    quarta-feira, abril 06, 2011

    Random Thoughts

    Às vezes, quando ouço as pessoas a falar sobre o FMI, o modo como falam, o terror  e algumas das expressões - Vem aí o FMI! O FMI vai entrar em Portugal e outras tantas -  que utilizam, faz-me pensar que as pessoas imaginam o FMI como um grande exército, algo tipo Invasões Francesas, que vai varrer o país de Norte a Sul, saquear as nossas casas durante a noite, violar as mulheres e lutar com os homens. E farto-me de rir com a minha imagem mental, ainda que muitos possam achar que não tem piada nenhuma.

    Já há muito tempo que digo "Que venha o FMI, antes isso do que o Sócrates a aldrabar-nos a torto e a direito" e meio mundo fica de mal comigo, vejo fumo a sair das orelhas, fazem beicinho, e usam logo o argumento fatal "Mas tu não sabes o que eles fizeram na Irlanda e na Grécia?!". É adorável como o pessoal, quando alguém não partilha as mesmas opiniões, presumem logo que se trata de ignorância, desconhecimento ou alheamento da realidade. É por isso que evito discutir política. E, às vezes, também futebol. As pessoas tendem a ser um bocadinho irracionais e com a mente pouco aberta para outros pontos de vista.

    terça-feira, abril 05, 2011

    Coisas que me irritam | vol.ii

    Blogs sem arquivo.

    Quando gosto de um blog e, especialmente, gosto da pessoa que o escreve, gosto de o ler do início ao fim, tal e qual um livro, começando, claro, das mensagens mais antigas, só para a coisa fazer mais sentido. Já o fiz em boa parte dos blogs que sigo e nos que ainda não fiz há dois motivos:
    1. Falta de tempo;
    2. Falta de arquivo no blog.
    E agora eu pergunto: custa MUITO pôr a porcaria do arquivo no blog? Custa? Demora uns 5 segundos, no máximo 1 minuto se forem lerdos. A ausência do arquivo é coisa para um blog perder 50 pontos no meu ranking pessoal de blogs, pelo menos. E em dias de mau humor, é até razão para deixar o seguir. Não há nada mais irritante do que eu ter que andar a clicar em "Mensagens mais Antigas" centenas de vezes para chegar ao momento em que o blog começou. Há bloggers que nem para eles são bons: uma pessoa a querer ler o que escrevem e nem isso facilitam. E pior, quando pedimos, POR FAVOR, para adicionar o arquivo ao blog, cagam - desculpem o termo -  no assunto e nem se dignam a nos responder. Uma cambada de parvos, é o que é.

    e sim, acabei de encontrar um blog sem arquivo, 
    daí a extrema irritação. daqui a pouco já volto ao normal!

    sábado, abril 02, 2011

    Mimada

    Desde que tenho gatos (mais ou menos há 5 anos), comecei a ganhar companhia na hora de dormir. Primeiro foi o Tico, que, quando lhe apetecia, se ia enfiar na minha cama e se deitava o mais longe possível de mim pois, como gato independente que é - ou pensa ser - gosta muito de se fazer de difícil e não tolerava que eu me mexesse nem um bocadinho. Ainda hoje é assim. Se o apanhamos a dormir e lá vamos fazer festas, é preciso que esteja realmente muito dorminhoco para não se pôr a andar e ir procurar o sítio mais sossegado. E eu, com os meus 15/16 anos quando o adoptei e que ainda tinha um sono relativamente intranquilo, habituei-me a mexer-me o menos possível.

    Depois veio o Teco, que ao contrário do Tico, é doido por colo. É um mimado do caraças que só me habitua mal. É um gato que, quando chego a casa, depois de uma ausência (seja de algumas horas para um dia ou dois), não pára enquanto não se instala no meu colo, a ronronar e a choramingar, num tom queixoso até adormecer. E dorme apesar de, quando as minhas pernas ficam dormentes por terem quase 7 kilos em cima, eu ir mudando de posição para ficar mais confortável, mas sem ter coragem de o expulsar do colo. Verdade seja dita: adoro que ele seja tão dependente. No dia em que adoptámos, eu tinha dito que gostava de ter um gato que fosse mais "carente" do que o Tico. Que tivesse necessidade de muito colo, miminho e de gente a apaparica-lo. E assim o tive. É egoísta, talvez, mas adoro tê-lo ao colo, acordado ou a dormir, e fazer-lhe festinhas e ouvi-lo gemer e suspirar de satisfação. É a sensação mais tranquilizadora do mundo, mesmo depois de um dia que me tenha corrido mal, muito mal.

    O Teco sempre gostou de dormir comigo, principalmente no Inverno. Mas não o fazia de modo contínuo. Fazia-o quando se lembrava, basicamente. De resto, dormia em algum canto da casa que encontrasse ou choramingava durante a noite porque estava tudo a dormir e ninguém lhe ligava nenhuma. Porém, mais ou menos no início do último Inverno, começou a dormir todas as noites comigo. Eu não o chamava, nem o levava para lá. Foi ele, que durante o dia me segue pela casa como se fosse um cão, à noite começou também a fazê-lo. Entrava comigo no quarto, andava por ali a saltitar enquanto eu me preparava para ir dormir e depois deitava-se encostado aos meus joelhos e ficava lá a noite toda. E eu no início estranhei esta mudança, mas estranhei ainda mais quando ele, depois de comer, começava a chorar e a atirar tudo ao chão, coisa que só faz quando está com fome. E quando eu estava deitada no sofá a ver o CSI, lançava-me olhares que transmitiam toda a sua indignação, irritação e aborrecimento e ia até ao sofá dar-me patadas na cara. E eu, burra claro, não entendia porquê. 

    Até que uma noite, farta do aturar e depois de já lhe ter mandado dois gritos porque ele tinha atirado duas vezes o conteúdo da mesa ao chão, desisti e fui dormir, irritada e com vontade de dar duas palmadas ao parvo do gato que devia ter perdido o juízo. E ele seguiu-me, claro, subindo a escada em grande velocidade, atravessando-se em frente aos meus pés, e rebolando o seu  rabo gordo à minha frente. E quando me deitei, foi com o sentimento que tinha passado a batata quente, ou melhor, o gato problemático, à minha mãe que ainda estava acordada. Ela que o ature... Ou não. Assim que me deitei e apaguei a luz, ouvi o guizo que ele usa na coleira a aproximar-se da minha cama, cujas molas se queixaram quando ele saltou para cima dela, com as suas patinhas de veludo. Andou em cima da cama, literalmente a apalpar terreno, até que, por fim, com um suspiro se deitou encostado às minhas pernas. E 2 minutos depois estava a ressonar. E eu percebi que o parvo do gato, não era nada parvo e só queria companhia para ir dormir.

    E habituei-me a isto. Ao pequeno volume encostado às minhas pernas todas as noites. Habituei-me à minha botija de água quente felina, nos noites mais frias de inverno, quando ele se enfia debaixo dos lençóis - apesar da minha mamãe se fartar de dizer para eu não o deixar - e se encosta à minha barriga todo encolhido, cheio de frio. Depois, conforme aquece, estica-se todo, rebola e apoia a cabeça no meu braço. E, quando os meus amigos dizem que dormir com um gato é sinal de falta de homem, faço ouvidos marcador, porque vozes de burro não chegam ao céu. 

    Há duas ou três noites atrás, andava às voltas na cama, há cerca de uma hora, sem conseguir dormir. Estava preocupada com a possibilidade de o meu pai perder o emprego. A minha mente não sossegava, sempre a mil à hora, e eu via os minutos a passarem e comecei também a pensar como é que ia acordar às 8h na manhã seguinte para ir para a faculdade. E de repente, percebi que me faltava algo. O Teco não estava a dormir comigo. O que raio andaria a aprontar aquele gato?

    Levantei-me da cama e mesmo descalça, fui pé ante pé à procura dele. Encontrei-o debaixo da mesa da sala, os olhos bem abertos como se já soubesse que eu ia aparecer. O Tico dormia no sofá, já no seu sétimo sono. "Anda daí, mafarrico". Era o convite que o Teco estava à espera. Ao ouvir-me, levantou-se, espreguiçou-se, bocejou e deu pequenos passitos na minha direcção. Peguei-o ao colo e ele encostou a cabeça o meu ombro. Às vezes, tem atitudes, gestos, que mais parece um bebé grande, gordo e extremamente peludo do que um gato. Levei-o para o meu quarto e deitei-o no sítio do costume: lado esquerdo da cama, em cima de uma manta que comprei para ele não me encher o edredom de pêlos, ao lado das minhas pernas. Ele instalou-se logo, deitando-se confortavelmente. Apaguei a luz e ele encostou-se mais a mim. Não demorou 10 minutos até eu adormecer.

    Portanto, estou mimada. Mal habituada. Viciada no meu companheiro de sono. E gosto.

    Rendi-me

    Eu juro que tentei fugir a esta praga chamada sabrinas. Quando virou moda, eu torci o nariz e não havia meio de gostar. Olhava para aquilo e lembrava-me as sabrinas desportivas, aquelas com que fazíamos ginástica, estão a ver quais são? O que mais me incomodava nas sabrinas era como o seu preço estava inflaccionado. Cheguei a ver sabrinas a 50€! Meus amores: a não ser que as sabrinas sejam de OURO, elas não valem isso, OK? Por favor. 

    O tempo foi passado, novos modelos foram surgindo e eu, de tanto as ver, deixei de torcer o nariz. Não fiquei apaixonada, longe disso, mas passei do não gostar à mera indiferença. E assim me mantive. Mas desde que começaram os dias primaveris, comecei a comentar que precisava de arranjar uns sapatos rasos, só mesmo para o meu dia-a-dia, casa-faculdade-casa. Por muito que eu adore os saltos altos, no final de um dia inteiro a usa-los, os meus pés já nem parecem pertencer a este mundo. E a alternativa aos saltos altos eram sempre umas sapatilhas, alternativa que não me satisfaz totalmente. 

    Uma vez que a indústria do calçado parece só oferecer as sabrinas no quesito "sapatos rasos", passei a andar de olho aberto. Procura um modelo confortável e sobretudo, com um preço em conta, que não me fizesse sentir como se estivesse a ser assaltada. E hoje encontrei-os! 12€! Talvez o preço signifique que não vão durar muito tempo, ou talvez não. Se durarem pouco, é de maneira que não me canso deles. O único contra que pode ser também um pró, é serem castanhos escuros. Contra porque estava mais inclinada para uma cor mais primaveril; pró porque castanho é mais versátil. 

    E pronto, terminou o meu post fútil. Espero que não tenha sido muito doloroso...

    quarta-feira, março 30, 2011

    Esquisitices alheias

    Há pessoas que me assustam. Muito. Pessoas que tem comportamentos que nos fazem duvidar da sua sanidade mental, esquisitices mas não aquelas esquisitices que nos fazem rir. Estou mesmo a falar daquelas que ficamos sem saber como reagir e se estamos a salvo perto de tal lunático.

    Um rapaz na minha faculdade, chamemos-lhe... Daniel, enquadra-se nesse grupo de pessoas esquisitas, tão esquisitas que me sinto desconfortável quando estou perto dele. Nunca trocámos mais de duas ou três palavras. Limitamo-nos aquela conversa de circunstância, ao bom dia e boa tarde a que a educação obriga. Pelo menos, da minha parte. Da parte dele, os seus "OLÁ MINI!" são ditos num tom tão feliz e animado, que as primeiras vezes que isso aconteceu, dei por mim a olhar discretamente para os lados para verificar se estava a falar comigo, o que, diga-se de passagem, foi bastante estúpido, porque o meu nome nem é dos mais comuns, tipo Ana ou Joana.

    O tempo passou e o nossos caminhos desencontraram-se e quase nunca lhe pus a vista em cima. Até segunda-feira. Numa aula, estava já a turma toda nos seus lugares e o prof a falar quando o tal Daniel entra pela porta adentro, esbaforido, quase sem ar. Olhou para a fila onde eu estava, com os dois lugares ao meu lado ocupados por mochila, casaco e sei lá mais o quê, verificou que para ir para esses lugares ia ter que obrigar o pessoal a levantar-se e... Saltou a bancada, atirando a mochila e afins todos ao chão, fazendo tal estardalhaço que fez toda a sala se virar na nossa direcção. Só me apetecia enfiar-me num buraco e nem era nada comigo. Por fim, lá se sentou, deixando entre nós um lugar vago.

    Esquecido o incidente, a primeira hora da aula continuou sem mais nada a salientar. Veio o intervalo, e a segunda hora. Estava eu concentradíssima* nas palavras do prof quando reparo que o Daniel está a olhar para mim fixamente. Fiquei desconfortável, perguntei-me se por acaso tinha riscado o nariz com a caneta e dei um sorriso, ou melhor, um erguer dos cantos da boca, à espera que ele se tocasse e focasse as suas atenções no prof. Não. Foi pior a emenda que o soneto, como se costuma dizer. Quando dei conta, ele estava ele a esticar o braço na minha direcção para... Me tocar com a ponta da tampa da sua caneta bic na bochecha. Isso mesmo. Fiquei congelada, totalmente sem reacção, a olhar para ele provavelmente com os olhos arregalados e uma expressão "WTF!?". Como tinha sido útil uma fotografia à minha pessoa naquele momento! E ele, como se não tivesse feito nada de estranho, tendo em conta que mal me conhece, virou-se novamente para o prof. E manteve-se sossegadinho o resto da aula, graças a Deus.

    Agora, pergunto-me se me devo preocupar com o rapaz. Se devo começar a olhar sobre o ombro, pronta para disferir golpes com a minha mala quando ele se aproximar. Talvez ele seja um psicopata, um serial killer, e o seu toque de caneta seja uma forma de marcar as suas próximas vítimas. É que, desculpem lá, mas um gajo que usa um cabelinho à Nuno Gomes empastado em gel, não pode bater bem. O Nuno Gomes (ele que me perdoe que até gosto muito dele) ainda tem desculpa, que isto da fama sobe à cabeça de uma pessoa. E o Daniel, qual a desculpa dele? E... porquê EU!?

    Se eu desaparecer sem deixar notícias, já sabem o que aconteceu...! Denunciem!
    *sem isto vos lembrar o Futre, foi só coincidência! lol


    sexta-feira, março 25, 2011

    Farta

    Estou farta. Farta dos gajos dos seguros, dos idiotas da peritagem, do sem fim de burocracias que é preciso aguentar para ter a porcaria do carro arranjado. É por causa disto que este país não anda para a frente. Tudo complica, tudo transforma a mais singela situação num bicho de sete cabeças. Se isto é assim por um mero acidentezito, sem consequências graves, nem quero imaginar se tivesse morrido alguém! 

    À parte disto, estou a adorar os dias primaveris com sol, calor sem ser demais e roupas leves. Não é por acaso que a Primavera é a minha estação preferida (só perde pontos quando decide chover!)

    fonte

    quinta-feira, março 24, 2011

    Não é meu, mas até podia ser | vol.ii

    A Pipoca Mais Doce: Sou apartidária

    "Serve a afirmação acima para justificar o que vem de seguida e para me pouparem a frases feitas, do género “só dizes isso porque és de direita” ou “só dizes isso porque és de esquerda”, ou ainda um “tu queres é tacho”. Desde que voto, o meu espectro eleitoral já foi do PSD ao PC. Mais do que votar em partidos, voto em pessoas, em características, em personalidades. Inocente? Talvez, mas cada tem um o seu critério de votação e este é o meu. Não sinto devoção para com nenhum partido, não acho que só por ser PS ou PSD então é brilhante, não tenho paixão por um partido como tenho por um clube. E ainda bem, que paixão e política são coisas que não combinam. Ontem assisti com alguma incredulidade ao discurso de vitimização do PS. Desde o Kalimero que não via alguém a sentir-se tão injustiçado com a vida. Cheirou-me a chantagem da grossa, que é coisa que me dá enjoos tão violentos como os que as grávidas devem sentir. Para o Engº Sócrates e para o PS em geral, agora é que a crise vai começar. Agora é que o caldo entornou de vez. Agora é que o País vai por água abaixo. E a culpa é de quem? Da oposição, claro, esses malandros que lhes tiraram o brinquedo das mãos (e por brinquedo leia-se o poder). A palavra que mais ouvi ontem foi "responsabilidade". Mas uma responsabilidade que se sacode para cima dos outros, em vez de se assumir como nossa. Agora é que a crise vai começar? Mas, esperem lá, não estávamos já em crise? Ou tudo correu bem nos últimos anos de governação PS? Só ontem, depois do chumbo do PEC no Hemiclico, é que o país entrou entrou em crise? Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, dizia em entrevista à TSF (com um tom que parecia que ia começar a distribuir tabefes a qualquer altura), que a crise era "totalmente responsabilidade da decisão da oposição em vetar o PEC". Oi? Perdão? É que eu ia jurar que já há uns meses (anos?) que andávamos a ouvir falar de crise. E da possível entrada do FMI. E das taxas de rating. E do endividamento. E dos cortes em tudo e mais alguma coisa. E por isto tudo, ninguém se responsabiliza? Quantos mais PECs era suposto a oposição aceitar para evitar o inevitável? Põe-se o ónus da culpa nos outros, para não termos de dizer que a culpa também é nossa, numa atitude completamente autista. Senti que me estavam a deitar areia para os olhos, a tratar por estúpida: "Atenção, portugueses, que a culpa não é nossa que temos estado a governar o País nos últimos seis anos. Não! O País vai começar a afundar-se e a culpa é destes senhores da oposição que não nos deixaram continuar a fazer o nosso trabalho, que estava a ser para cima de exemplar! Um mimo de governação! Por isso, não vão em cantigas e votem de novo em nós, para podermos continuar o que começámos.". Ora, ide-vos todos fod*r, sim? Haja falta de tudo para se vir dizer que estava tudo a correr lindamente, que não ia ser preciso recorrer à ajuda externa, que o País caminhava no bom sentido. Mas só até ontem, claro, porque agora não há volta a dar. Foi a oposição, e mais ninguém, que lançou Portugal para o caos, por isso agora aguentem-se à bronca. Tenho pena que esta tenha sido a forma mais original que o Governo arranjou para tentar sair em alta. Não saiu. Fica-se só com a ideia que vivemos num imenso jardim infantil em que se aponta o dedo ao miúdo do lado quando se pergunta quem partiu a jarra. Mesmo que tenhamos os cacos na mão."

    Morning Glory

    Gostei! Muito mesmo. Fui ao cinema (antestreia, graças à RFM!) sem grandes expectativas, confesso. É uma comédia formidável. Gosto muito da Rachel McAdams e o Harrison Ford também esteve muito bem. Não, não é um candidato ao Globo ou Óscar. Não fala sobre nenhum problema sério da humanidade, nem é um bom filme para pessoas muito intelectuais e sisudas, que vão ao cinema e só querem ver obras-primas.

    É uma comédia e nisso cumpre perfeitamente o seu papel. Já não me ria assim há muito tempo, até me doerem as bochechas e me virem as lágrimas aos olhos. E também já algum tempo que não ouvia uma sala de cinema em peso a rir à gargalhada. Portanto, se estão à procura de um filme em que possam descontrair depois de um dia de trabalho, dar umas boas gargalhadas e trabalhar os músculos faciais, vão ver! Meninas, podem também levar o namorado que não gosta de coisas lamechas: apesar de supostamente ser uma comédia romântica, a vida amorosa da personagem é o menos relevante na história.

    quarta-feira, março 23, 2011

    Momentos dignos de registo

    Não gosto de ir à inspecção automóvel. Não que o tenha feito muitas vezes, na verdade, na qualidade de condutora só lá fui uma vez, mas acompanho a minha mãe, só mesmo para lhe fazer companhia. E sempre achei aquilo uma chatice, os carros em fila indiana, à espera de serem inspeccionados, gajos a gritarem "pisca do lado direito... Agora do lado esquerdo! Trave." e esse tipo de coisas.

    A minha primeira vez foi engraçada. E a mamã foi comigo, para fazer companhia, ou então para ver se eu não fazia figurinhas tristes, como não acertar com o sitio certo para pôr o carro...Calhou-me na rifa um funcionário com cara de poucos amigos, que fiquei sem perceber se o dia lhe estava a correr mal ou se era sempre assim. Do modo como falava comigo e agia, pareceu-me ser um daqueles tipos irritantes que acham que "mulher ao volante, perigo constante". Que as mulheres, só por serem mulheres não percebem nada de carros, que são diminuídas intelectualmente ou algo assim. E que ele, como macho alfa, é que era o iluminado por ali e que tinha que fazer o grande frete de me aturar.

    Tirei-lhe logo a fotografia, mas ignorei, ia anuindo com a cabecinha, muito pacientemente, ao que ele dizendo. Até que a ave rara dirige-se ao meu Peugeot 107. Abriu a porta do condutor, enfiou-se lá dentro a verificar os cintos e sei lá mais o quê, e depois voltou a sair. Foi então que fez uma coisa fantástica: puxou o banco do condutor para a frente e inclinou as costas do banco até estas ficarem encostadas ao volante. Melhor parte: começou a tentar enfiar-se no minúsculo espaço que conseguiu arranjar atrás do banco, para entrar para os lugares traseiros, de rabo no ar virado na minha direcção. E eu já estava a ver o homem a ficar ali entalado e terem que me desmanchar o carro para o tirar: Olhe lá, mas o que é que está a fazer!?

    Ele saiu, encarou o carro como se olhasse para um puzzle de 5000 peças e lançou-me um olhar irritado: "O que lhe parece? A tentar entrar para os bancos de trás...!" ao que eu, depois de uns segundos a olhar para o homem como se ele tivesse problemas mentais sérios, comentei, de forma muito descontraída, só mesmo numa de meter nojo "Técnica interessante, nunca o fiz dessa maneira...". E o homem, provavelmente já a passar-se: "Então faz como!?" ao que eu simplesmente respondi, com um sorriso: "Abro a porta traseira".

    O esforço que eu tive que fazer para não me partir a rir quando o homem recuou dois passos para observar o carro melhor e finalmente perceber que tinha 5 portas! Aposto que nunca mais vai olhar para nenhuma mulher, principalmente pequenina, de lado, com aquele arzinho de "eu que sou homem é que percebo de carros, pá!". Certamente até percebe, pelo menos mais do que eu, mas não é por ser homem nem por eu ser uma miúda.

    terça-feira, março 22, 2011

    Tarde gloriosa!


    Quem vai à antestreia do filme Manhãs Gloriosas com a RFM? Eu mesma! Estava tranquilamente sentada no carro da minha mãe na fila do Centro de Inspecções e, como sempre, a rádio na RFM. E de repente, começo a ouvir o Paulo Fragoso a dizer qualquer coisa sobre o pessoal de Coimbra poder ir à antestreia e que era para ligar ou mandar sms. Decorei o número e pus-me a ligar e dava-me sempre rede ocupada. Insisti e de repente atendem-me a chamada. E eu à espera de apanhar com uma gravação a fazer-me perguntas ou então ser sujeita a um sorteio qualquer, como fazem na televisão. Dei-lhe os meus dados ainda à espera de um "e agora para ganhar tem de fazer...". Mas nada! Só me mandaram levantar os bilhetes e aproveitar o cinema. Fantástico! Passei a gostar ainda mais da RFM ;D E até esqueci as dores monumentais com que acordei hoje no pescoço, que não me deixa virar para lado nenhum.

    segunda-feira, março 21, 2011

    Resumo do dia

    O meu carro vai receber uma traseira nova. Com para-choques e tudo incluído. E não vou pagar nada. Fantástico. Tudo à conta de uma gaja que não sabe o que é aquela coisinha chamada distância de segurança, ou que é a Miss Distração ou seja lá qual for a desculpa dela, e que achou por bem começar a manhã a ir-me ao cu - não literalmente..!

    Acabei de vir do seguro e não, a culpa não foi minha. Mas ainda assim é coisa para estragar o dia a uma pessoa. Há dias em que eu ganhava mais se nem levantasse o rabo da cama. O meu carrinho tá com doi-doi e muito amargurado. Mas pelo menos veio pelas suas próprias rodas para casa. O dela teve que ir às cavalitas do reboque. É a vida...

    sábado, março 19, 2011

    Into the Wild


    Depois da Sofia me ter falado neste filme há uns posts atrás, quando escrevi aqui sobre o "127 hours", fiquei curiosa e, apesar de algumas opiniões negativas que li por ai, decidi dar-lhe uma oportunidade, quanto mais não seja para falar com conhecimento de causa.

    Pessoalmente, não fiquei impressionada. Mas indo por partes... Não sou expert em cinema e os termos técnicos escapam-me mas o que mais gostei em Into the Wild foi o modo como a câmara captava as cenas, a paisagem, como nos envolvia em todo o ambiente. Quem esteve por trás deste trabalho de filmagem/produção ou seja lá qual for o nome certo, é genial. Há cenas bonitas no filme, que nos fazem pensar e gostei mais das personagens secundárias do que o próprio Christopher. Achei-as mais humanas, reais. O Chris, sinceramente, batia mal daquela cabeça. Muito mal. E sim, eu sei que é feio falar mal dos mortos mas... Ei, Chris, não é nada pessoal, ok?

    Não consigo identificar-me com ele e talvez seja por isso que não fiquei encantada. Entendo que ele é, em parte, resultado de toda a infância/adolescência complicada que teve com pais que viviam em desequilíbrio e desarmonia, limitando-se a pensar nas aparências e no dinheiro dando pouco valor ao que realmente importa: família, amor, respeito ao próximo. E também entendo que ele quisesse fugir daquela vida, da sociedade americana e o seu materialismo, que se quisesse livrar do dinheiro dos pais e trilhar o seu próprio caminho longe de tudo aquilo que tanto o atormentava. Mas... Ir enfiar-se no Alasca com recursos escassos de subsistência? Pouca comida, incontactável, sem ninguém que o pudesse ajudar em caso de doença ou ferimentos...? Para quê? Qual o ponto? Testar os seus próprios limites? Se a questão era distanciar-se do tipo de vida dos pais, teve oportunidade de o fazer sem se enfiar no meio do nada do Alasca. Encontrou pessoas, Rainey, Jan e Tracy que viviam de um modo bem diferente, que gostavam dele e que, pelo que me pareceu, não se importariam de o ter por perto. Ele escolheu isolar-se de tudo e de todos.Ou talvez seja eu que sou uma grande insensível que não captei a essência do filme e do próprio Chris.

    No final de tudo, a imagem com que fico de Christopher McCandless é que ele era um sonhador. Um idealista inconsciente. E também um rapaz simpático, amigável mas triste. Por muito que nos "diários" dele, ele dissesse estar feliz, na tela passou-me uma imensa tristeza e solidão. Afinal, como ele mesmo escreveu "Happiness only real when shared".

    E já agora, o filme é muito enrolado. Não era coisa que eu enfrentasse no cinema.
    É bom para ver casa, onde podemos pôr em "pause" quando nos apetecer e ir espairecer.



    domingo, março 13, 2011

    Classificados

    «Procura-se rapaz, português ou que domine a língua portuguesa, com idade
    entre os 20 e os 23 anos, heterossexual (ou pelo menos, que aparente ser),
    saudável, com hábitos de higiene ao mais alto nível, dentição completa,
    agradável à vista, alto mas sem ser nenhuma torre, sociável e com
    uma enorme dose de paciência e bom humor para acompanhar
    (e nada mais que isso) minina, solteira e boa rapariga,
    a uma festa de aniversário. Preço a discutir.»

    É este o anúncio que me apetece pôr no jornal quando uma amiga, depois de me convidar para a sua festa de aniversário e de eu ter confirmado que ia, me envia uma sms "já agora, se quiseres ir acompanhada... Não há problema...". Mas acompanhada por quem, pá?! Fico sempre na dúvida se estas coisas é para ver se eu me encho de vergonha e "arranjo um homem" (expressão das minhas queridas friends, não minha...) ou se é para ver se me arrancam alguma informação sobre algum romance secreto que eu possa ter. Além de que tenho a sensação que, apesar do comentário, nunca esperam que eu chegue acompanhada. Logo, dá-me uma enorme vontade de fazer precisamente o contrário, só mesmo numa de ser do contra. Ou chegar com uma amiga e anunciar que sou lésbica. Enfim, não me parece que ainda vá a tempo do pôr o anúncio...

    quinta-feira, março 10, 2011

    127 horas

    Terminei agora de ver o "127 Horas". Fico sempre apreensiva antes de ver filmes nomeados para óscares, globos e essas coisas importantes. É trauma, talvez, da experiência de ver o filme "Colisão", que ganhou o Óscar de Melhor Filme e que eu, pessoalmente, detestei. Só não abandonei o cinema a meio com a minha irmã porque estávamos com uma amiga dela que estava a adorar o filme.

    O 127 horas surpreendeu-me. Achava que ia ser só um monólogo enfadonho de um homem preso por um braço numa pedra. Mas é mais do que isso. Bem mais. A actuação de James Franco é brilhante. A dor, o desespero, o medo, a angustia, a frustração, o arrependimento por aquilo que ficou por fazer e por dizer, chegam até nós de forma muito realista. Damos por nós a pensar no que faríamos na mesma situação. Ou talvez apenas a pensar como é preciso estarmos em apuros, perante a possibilidade de não ver mais aqueles que amamos e de não poder fazer o que andámos sempre a adiar, para dar valor, para perceber o quanto estamos a perder. Confesso que, em vários momentos, as lágrimas surgiram no cantinho do olho que eu, teimosamente, reprimi.

    A cena mais marcante, para mim, foi quando Aron amputa o próprio braço. Ainda ontem estava a falar sobre isso com a minha mãe, enquanto víamos "The Walking Dead". Comentei que não me achava forte o suficiente para cortar o meu próprio braço. Não sabia se, numa situação de vida ou de morte, da qual a minha vida dependesse da perda de um braço, ou de uma perna, ou de qualquer coisa que incluísse dor - muita dor! - se conseguiria ter frieza, sangue frio necessário para o fazer a mim mesma. Mas hoje, o final do filme 127 horas, fez-me voltar a reflectir no assunto. A verdade é que só podemos saber o que faríamos se formos confrontados com essa decisão e dela depender a nossa vida. Não é algo que possamos decidir previamente, porque não sabemos como vamos reagir em situações extremas. Contudo, Aron cortou o próprio braço, safou-se com vida do Grand Canyon, pôde abraçar novamente os seus país, ir ao casamento da irmã. Ele próprio casou e teve um filho. E tem a vida toda pela frente. Acho que, no final de contas, toda a dor por que passou valeu a pena.

    E o melhor deste filme é ser baseado numa história real. É incrível a capacidade de sobrevivência humana, a situações que, à partida, nos parecem insuperáveis. Filme recomendado. Totalmente.

    E fica também aqui registado o meu desagrado por Black Swan ter enchido os blogs por esta blogoesfera fora - e atenção que até gosto do filme! - e o mesmo não ter acontecido com 127 Horas. Só prova aquilo que eu já tinha concluído: as pessoas - ou, pelo menos, uma boa parte - não escrevem devido à qualidade ou porque realmente têm algo a dizer sobre o filme. Escrevem porque é mediático e está na moda.

    segunda-feira, março 07, 2011

    Fresca que é fresca... É Mini!



    Adoro! Nada melhor para o ego que uma sessão de publicidade Sagres Mini.

    "Ei Mini, estamos loucos por ti..."

    E um dia ainda aprendo a assobiar como o gajo. 

    sábado, fevereiro 19, 2011

    informações via facebook

    Adoro as coisas que descubro no facebook! Digam lá o que disserem, venham daí os Velhos do Restelo a criticar o facebook, as redes sociais e a internet em geral. Nem quero saber. A verdade é que aquilo, desde que não levado ao exagero e ao fanatismo, é um meio fantástico de se manter em contacto com as pessoas e - melhor! - redescobrir velhos conhecidos. Ou não assim tão velhos, tendo em conta que tenho 20 anos...

    Inicialmente comecei por ter o facebook só para jogar o farmville - sim, também passei por essa febre e admito! -, aceitava toda a gente, conhecidos e desconhecidos. Mas entretanto, cansei-me daquilo, fiz uma limpeza na minha lista de amigos e expulsei todo a gente que eu não conhecesse. Assim, directo e fácil. E depois dividi tudo por listas, muito bem organizadinhas, porque como é óbvio, se quero partilhar com os amigos que "estou farta de estudar e não tarda nada atiro os livros pela janela", com a minha família já não me apetece. Não gosto, pronto. Nem é para parecer muito estudiosa e certinha. É só mesmo porque não há necessidade nenhuma da minha mãe ficar a saber via facebook a preguicite aguda que me invadiu.

    Desde que fiz a fantástica limpeza facebookiana, os convites de amizade que recebo são, basicamente, de pessoal que conheço. Uns só de vista, lá da faculdade. Há um ou outro que não faço ideia de que seja mas que deve ter engraçado com a minha fotografia. Ou com o nome. Ou não engraçou com porra nenhuma e só lhe apeteceu enviar convite. E depois há aquelas pessoas, colegas de turma do secundário, do básico e da primária. Alguns que já não vejo há anos! E o que eu me rio ao ver o perfil destas pessoas...

    Não vou ser hipócrita e dizer aqui que nutro uma enorme amizade pelos meus ex-coleguinhas. Nem por isso. Dos meus tempos de secundário, só mantenho amizade com 2 pessoas. E ainda assim, não é nenhuma amizade extraordinária, até porque temos pouco contacto. De resto, havia aquelas pessoas com quem eu mantinha uma relação cordial, sem grandes confianças mas também sem problemas entre nós e depois as outras pessoas - principalmente do 7º,8º e 9º - que não me podiam ver à frente. E vice-versa. Por vários motivos, mas o principal é que foram pessoas que se esforçaram arduamente por me lixarem a vida durante 3 anos. E não sendo eu uma pessoa rancorosa, também não sou a Madre Teresa de Calcutá, portanto não esqueço. E podem dizer que sou má, eu deixo, mas dá-me sempre algum gozo ver como essas pessoas estão hoje em dia. No que se tornaram, o que fazem da vida. E o facebook é uma fonte óptima para informações.

    Hoje então, fartei-me de rir. Recebi um convite de um colega, do 7º e 8º ano. Não me dava mal com ele, apesar de que ele tinha claramente um parafuso a menos. Mas não chateava ninguém. Andava sempre na dele, a rir-se por tudo e por nada. Adicionei-o. E depois fui-lhe cuscar os amigos, a ver se conhecia alguém. E ai é que fiz a minha fantástica descoberta.

    Descobri um outro colega. Uma das minhas mini-paixões platónicas dos meus 12/13 anos. Já na altura era razoavelmente giro e, no meio dos 9 rapazes da turma, era dos mais ajuizados. Depois passou-se, por volta dos 15 anos, quando decidiu que tinha que passar a ser parvo para se integrar no grupo. E onde anda esta pequena criatura agora, aonde?! É modelo, pá! LOL O que eu me ri quando vi as fotografias no facebook. Foi escolhido para ser o modelo masculino de uma marca de roupa. Portanto, agora já posso empinar o meu pequeno nariz, afastar o cabelo com uma mão e dizer com um ar muito afectado e convencido: "Oh, já vos contei? O meu ex-namorado é modelo" e deixar todas as insossas que me rodeiam a roer-se de inveja, sem sonharem que ele nunca olhou para mim duas vezes. Sou geniaaaal!

    Só esperemos que ele não se lembre de arrancar os genitais a ninguém. Por favor.

    segunda-feira, fevereiro 14, 2011

    Mini-vontades

    Ando farta de gente chata, invejosa, irritante, implicante. Pequenas criaturinhas sem ponta por onde se lhe pegue, sem jeitinho nenhum, que não merecem 2 segundos da nossa atenção. Que parecem dedicar a sua reles existência a chatear os outros e a fazer comentários venenosos sobre a vida alheia. E dá-me vontade de os mandar irem dedicar-se às mesma práticas que a Elena e o Stefan (The Vampire Diaries) se dedicam no gif abaixo.

    credits

    É que sinceramente... Se o problema desta gente não é falta de sexo, então não sei! Vão ao psiquiatra, pá, tratem-se! Mas parem de me chatear a cabeça...

    quarta-feira, janeiro 26, 2011

    deixa-me rir...


    Estou agora a ver na SIC a reportagem dos paizinhos e alunos em protesto porque as suas escolas particulares com contratos de associação com o Estado, vão ter o seu financiamento reduzido. E parto-me a rir com pessoas a dizer que não há alternativas e que as escolas públicas estão lotadas.

    Oh meus amigos da Granja do Ulmeiro, eu sei que vocês gostam muito da vossa escola, que até tem carrinhas para vos ir buscar a casa e tudo e vos torna a vossa vidinha mais fácil. Mas se querem esses luxos, que os paguem! E não me venham cá com a história que as escolas de Soure estão lotadas porque sei com conhecimento de causa que até há lá professores com horário zero, sem ninguém a quem dar aulas. Alunos a mais é coisa que, infelizmente, não têm.  Portanto, eles até agradecem que vocês invadam a escola.

    Sinceramente, dá-me nervos esta gente que vem para a televisão falar como se todos fossemos parvos ou andássemos a dormir. E quando se põem a falar da qualidade de ensino? Por amor de deus, eu estudei sempre na pública e não foi por isso que não entrei na faculdade que queria, na minha primeira opção com uma nota bastante boa. Quem os ouve até pensa que as escolas públicas são uma porcaria, que recebem os piores professores, ou que eles vivem no meio do nada, num deserto sem outras escolas num raio de 50 km. Tenham dó! Não é este, de todo, o caso do Colégio de Cernache ou do Instituto de Pedro Hispano.

    E atenção: não tenho nada contra escolas privadas. Quem tem dinheiro para as frequentar, óptimo. Agora andarmos a pagar para estas escolas terem tudo e mais alguma coisa, ao ponto de ser vergonhoso quando comparado com as escolas verdadeiramente públicas, que precisam bastante daquele dinheiro. Escolham a escola dos vossos filhos. À vontade. Mas não há custa do dinheiro dos outros. 

    Ultimamente ando muito revoltada, eu sei.
    Deve ser stress dos exames. 

    anda tudo doido?


    fonte
    Digam-me lá que dia é hoje. Dia 26 de Janeiro de 2011, certo? Não ando louca nem perdida no tempo. Portanto, se a matemática não me falha, ainda faltam... 18 dias, mais coisa menos coisa, para o Dia dos Namorados, certo? Então, porque raio é que anda já tudo a falar desse malfadado dia?

    Vocês não me assustem pá! Anda uma rapariga com a cabeça enfiada nos livros, meia zumbi e morta para o mundo e, nos breves intervalos em que vem cuscar a blogosfera, encontra já textos todos cheios de corações e mariquices destas... Até pensei, por momentos, que Fevereiro chegara sem eu perceber... Mas esta história de preparar tudo com um mês de antecedência virou moda, é? No Natal houve pessoal que em inícios de Novembro já tinha a árvore feita e tudo iluminado, agora anda já tudo a pensar no dia dos corações, dos ursos de peluche com "I love you" na barriga e etc e tal. Por favor. Poupem-me. É que já é suficiente mau haver um dia dos namorados. Ter que levar com ele por antecipação é praticamente pesadelo.

    E sim, sim, sou contra o dia dos namorados. E não, não sou uma solteira a canalizar a minha raiva provocada pela minha solteirice contra os outros casalinhos apaixonados. Quando tive namorado também achava uma estupidez. E não entendo as mulheres que se sujeitam a participar nesta palhaçada. É que fazer um programinha intimo a dois, marcar a data com algo especial, aqui a mini até aceita, entende e aprova. Agora, o programa que a maior parte dos casais faz, só para inglês ver? Acha pachorra!

    Ora, vejamos, do que falo eu? Falo dos casalinhos que escolhem TODOS ir jantar fora neste dia. Nem que a conta seja praticamente um assalto à mão armada, só por o calendário marcar dia 14. É que namorado que se preze, exibe a namorada em público, para mostrar como são felizes e apaixonados e cutchi-cutchi. É também o dia dos namorados irem fazer o frete de ir comprar flores e comprarem presentes lamechas e sem jeito nenhum para as suas caras-metades. E as namoradas também têm a sua quota de coisas pirosas, que o menino finge achar muita piada, ainda que, se fosse noutro dia qualquer lhe dissesse algo como "mas tu estás te a passar?". Não podemos também esquecer dos comentários e comparações das várias mulheres comprometidas de todo o país, a ver quem teve o dia dos namorados mais especial, a ver quem teve o maior urso, ou o ramo de flores mais caro. Ou o gesto mais romântico. E a olhar de lado as pobres coitadas que têm uns namorados tão reles, mas TÃO reles, que tiveram de se contentar em ficar em casa, enroladinhas no sofá com o gajo, a partilharem uma manta e a enfardarem-se em pipocas.

    Acho que nem preciso de dizer que sou muito mais o segundo programa. Às vezes, sinto-me tão pouco "mulher" nestas questões da mais alta importância... E nem é falta de romantismo, juro que não.

    quinta-feira, janeiro 20, 2011

    Quero um cão destes!


    Os bichinhos cá de casa (2 cães e 2 gatos) são muito entendidos, muito lindos e a coisinha fofa da dona, como eu costumo dizer. Mas ainda não me fazem a cama, nem me vão buscar os chinelos. Será que se os puser à ver o vídeo, aprendem? Dava um jeitão!

    terça-feira, janeiro 18, 2011

    (a)normalidades

    Sempre soube que não sou normal. Foi sempre uma certeza na minha triste vidinha. Foi difícil de aceitar, no inicio. Uma pessoa entra em negação, revolta-se, porque não quer ser esquisita, nem diferente de um modo mau. Mas pronto, por fim lá aceitei. Até podia dar aqui uma de filosofa e dizer que aceitei porque percebi que todos somos um bocado anormais e parvos. Mas não, nada disso. Aceitei porque é mais giro ser anormal. E porque estou me pouco importando com os sussurros mais ou menos audíveis "esta gaja é mesmo anormal" quando faço uma esquisitice, como desatar a rir sozinha na rua, de forma nada discreta e não conseguir parar.

    Mas às vezes, muito raramente, fico preocupada. Pergunto-me se não sofrerei de TOC ou algo do tipo. Se a minha esquisitice não terá algum nome médico manhoso e difícil de dizer, que vai tornar toda a minha anormalidade oficial.

    Falando em termos mais concretos... O que me passa pela cabeça para ler, durante o banho, os frascos do shampoo, amaciador, gel de banho e todos outros frascos que vão parar à banheira? Pior, qual a ideia de ler os mesmos frascos, de todas às vezes que tomo banho (e que não é assim tão raro, sou uma rapariga que gosta de andar cheirosinha, TÁ!?) ao ponto de já saber o que lá está escrito praticamente de cor? Até já pensei em levar um livro para a banheira, para ver se a pancada me passava, mas acabei por desistir, por medo de isso me fazer AINDA mais esquisita. Quer dizer, eu sei que há pessoas que lêem quando estão na sanita. O meu pai, por exemplo, leva o correio para a casa de banho. Assim, quando lê as contas, dá lhe uma dor de barriga descomunal e pronto, assunto resolvido. Para não falar do simbolismo simpático que é estar na casa de banho com as contas da luz, da água e mais essas desgraças todas que nos enfiam na caixa de correio. Dá todo sentido à frase "estou-me a cagar para isto!"

    Eu cá não vou para a casa de banho artilhada com revistas, livros ou qualquer outro material de leitura. Antes fosse. Porque faço coisas piores. Como na semana passada, em que ia a caminhar tranquilamente, depois do meu exame de Finanças, até ao estacionamento onde larguei meu querido carro. E enquanto caminhava, ia recordando a vergonha que passei na entrega dos exames, que deve ter feito os profs pensar que eu tinha algum atraso mental. E ia descontraída, a resmungar com os meus botões, a gesticular, a rir-me e abanar a cabeça perplexa - mas sem deixar de achar piada - por ser tão tolinha quando, ao levantar o olhar para observar a rua deserta, me dou de caras com um homem sentado no carro, a olhar para mim embasbacado e indeciso sobre a possibilidade de chamar uma equipa do Sobral Cid para me colocar numa camisa de forças. Corei, fiquei de todas as cores existentes e por inventar, mas mantive o olhar firme e decidido em algum ponto à minha frente, muito dona do meu pequeno nariz, enquanto acelerava o passo, encafuava-me dentro do carro e saía dali com a dignidade que me restava.

    Há cenas que fazemos que são mesmo para esquecer, a sério. Mas eu não, anormal como sou, publico-as no blog para divertimento do pessoal que me lê. Ao menos faço alguém rir. e sentir-se mais normal. Espero eu!

    quinta-feira, janeiro 13, 2011

    Sobre o tema do momento...

    O escândalo surgiu e de repente nos meios de comunicação social não se fala de outra coisa. Os dois amantes, a morte e a prisão, os amigos, familiares, os detalhes sórdidos, as opiniões da sociedade. Nem os bloggers ficam indiferentes. Alguns chegam ao ridículo de fazer um post com um comentário insignificante sobre o assunto, como se fosse só para marcar presença. Já vi coisas como "Que confusão esta do CC e do RS". Sim, só isto. Há pessoas que parece que sentem uma enorme necessidade de se pronunciar sobre este assunto, nem que seja na última linha de um texto sobre qualquer outro assunto que nada tem a ver com a morte do jornalista. Mesmo que não tenham nada para dizer. Mas está lá. Assim, podem dormir de consciência tranquila pelo sentimento de dever cumprido. E ainda lucrar com umas visitinhas resultantes de pesquisas no Google dos nomes dos envolvidos.

    É por isso que este texto não tem nomes. Por coerência, para não fazer aquilo que crítico. E porque não quero gente parva que venha cá parar por acaso a chatear-me a cabeça por não concordar comigo. Podem discordar. À vontade. Mas com respeito e educação porque somos todos civilizados, supostamente, certo?

    Tenho obviamente opinião sobre o homem de 65 anos, assassinado num hotel de NY e sobre o modelo, que perdeu mais do que ganhou ao participar do concurso da SIC. Tenho lido as notícias sobre o assunto e até seguido com algum interesse o Registo Criminal da SIC, no companhia das manhãs. E quanto mais ouço e leio sobre o assunto, mais pena e desprezo tenho de toda esta situação. Pena de um homem que foi espancado e humilhado por mais de uma hora. Por um jovem que destruiu a sua vida, ainda que a culpa seja só e unicamente sua. E desprezo por este jovem, de 21 anos, que já tem boa idade para ter juízo, respeito ao próximo e já é homem suficiente para arcar com as consequências dos seus actos. Um jovem que releva uma falta de estrutura, de personalidade e uma covardia sem tamanho. Sim, porque não me venham cá com histórias. Uma pessoa bem formada não espanca outra durante uma hora enquanto lhe joga na cara como só o andou a comer por dinheiro. E a seguir não lhe enfia com um computador pela cabeça abaixo e usa um saca-rolhas para o mutilar. Não se trata só de homicídio. Uma coisa é dar um tiro. Outra coisa é torturar, mutilar, humilhar e por fim causar a morte ao outro.  

    Desprezo, para além disso, pela homofobia e hipocrisia que uma boa parte da sociedade destila quando comenta este caso. Sinto nojo por haverem pessoas em meu redor que acham que uma pessoa, um velho de 65 anos, por ser gay, merece a morte, a tortura e toda a porrada que um jovem 21, cheio de força, lhe der. Nojo, espanto, incredulidade por ainda falarem deste psicopata cruel como se ele fosse a vítima. Oh, coitadinho do menino que foi levado para maus caminhos. E dá-me vontade de rir por condenarem uma relação entre um homem de 65 anos e um jovem de 21 sendo que, se se tratasse de uma jovem da mesma idade, não fariam tantos comentários. Achariam, talvez, quase normal. Alguns até aplaudiriam o vigor do velho que ainda conseguia apagar o fogo de uma miúda de 21. 

    Poupem-me, a sério... E já agora, solidariedade à família. De ambos.

     Se estás a ler isto e não percebeste 
    nada do que estou a falar...Em que
    buraco tens andado enfiado nos
    últimos tempos?

    segunda-feira, janeiro 03, 2011

    Memórias

    É sempre uma emoção quando encontro amigos de infância, perdidos da minha vida já há muito anos, no facebook. Hoje foram logo duas.

    Uma delas, foi minha colega nos 3 últimos anos da primária, mas reprovou no 4º e perdi-lhe o rasto. Era a problematemática, porque para ela a matemática era um bicho de 7 de cabeças. Um verdadeiro problema. Tenho uma visão bastante clara dela, à frente do quarto, em cima do estrado, o giz na mão e a expressão triste e confusa enquanto tentava resolver uma conta de subtrair bastante simples. A professora insistia e insistia em conseguir que ela resolvesse o problema mas ela esquecia-se sempre de contar os que vinham de trás e depois o resultado dava-lhe todo mal. Até que a professora desistia, resolvia a conta e mandava-a sentar. Depois do quarto ano, só a voltei a ver no meu 6º ano, quando ela chegou ao 5º. Jogávamos à macaca algumas vezes mas o ano acabou e lá mudei eu de escola outra vez. A verdade é que já não me lembrava dela, mas é daquelas amizades de infância que sabem bem recordar, porque me faz recuar a uma época em que tudo era simples, até mesmo as amizades e as discussões - quando haviam - resolviam-se num abrir e fechar de olhos. Assim que vi a foto dela no facebook reconheci-a logo. Está igualzinha!

    A outra, foi minha colega de turma do 7º ao 9º ano. E foi também a minha melhor amiga na maior parte do tempo desses 3 anos. No inicio éramos inseparáveis, mas quando começámos a crescer as coisas começaram a complicar-se. De repente, ela só pensava em namorar e enfiar a língua na boca dos rapazes, coisa que aqui a mini, muito mais tímida e reservada, não estava muito preocupada no momento. Além disso, os meus pais exerciam um controle maior e portanto, eu acabava por ser a amiga responsável e consciente. Continuávamos amigas e era a mim que ela procura quando queria bons conselhos, mas já não era a mesma coisa. Eu não alinhava em todas as suas loucuras e às vezes era um bocadinho desmancha-prazeres nas minhas tentativas de reprimir os seus impulsos adolescentes. Aos 13/14 anos é muito mais divertido dar ouvidos aos amigos que, diante de um abismo, gritam: "salta!" do que os chatos que insistem que não devemos saltar porque certamente nos vamos magoar na queda.

    Enfim, com o secundário o contacto e a amizade perdeu-se completamente, o porquê não interessa agora. Mas foi bom encontrar o perfil facebookiano dela, ver as fotos, saber que, apesar dos tropeções pelo caminho, ela conseguiu concretizar minimamente os seus sonhos e depois, ficar pasma e a sentir-me velha ao ver uma foto das pirralhas, as pequenitas irmãs gêmeas dela que agora já são adolescentes todas giraças. E muito provavelmente, mais altas que eu! E o melhor de tudo, é ficar feliz por ela e perceber que, independentemente do passado, não guardo qualquer rancor ou mágoa.

    E deu-me para ser sentimental hoje... Deve ser do estudo intensivo.