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sábado, março 19, 2011

Into the Wild


Depois da Sofia me ter falado neste filme há uns posts atrás, quando escrevi aqui sobre o "127 hours", fiquei curiosa e, apesar de algumas opiniões negativas que li por ai, decidi dar-lhe uma oportunidade, quanto mais não seja para falar com conhecimento de causa.

Pessoalmente, não fiquei impressionada. Mas indo por partes... Não sou expert em cinema e os termos técnicos escapam-me mas o que mais gostei em Into the Wild foi o modo como a câmara captava as cenas, a paisagem, como nos envolvia em todo o ambiente. Quem esteve por trás deste trabalho de filmagem/produção ou seja lá qual for o nome certo, é genial. Há cenas bonitas no filme, que nos fazem pensar e gostei mais das personagens secundárias do que o próprio Christopher. Achei-as mais humanas, reais. O Chris, sinceramente, batia mal daquela cabeça. Muito mal. E sim, eu sei que é feio falar mal dos mortos mas... Ei, Chris, não é nada pessoal, ok?

Não consigo identificar-me com ele e talvez seja por isso que não fiquei encantada. Entendo que ele é, em parte, resultado de toda a infância/adolescência complicada que teve com pais que viviam em desequilíbrio e desarmonia, limitando-se a pensar nas aparências e no dinheiro dando pouco valor ao que realmente importa: família, amor, respeito ao próximo. E também entendo que ele quisesse fugir daquela vida, da sociedade americana e o seu materialismo, que se quisesse livrar do dinheiro dos pais e trilhar o seu próprio caminho longe de tudo aquilo que tanto o atormentava. Mas... Ir enfiar-se no Alasca com recursos escassos de subsistência? Pouca comida, incontactável, sem ninguém que o pudesse ajudar em caso de doença ou ferimentos...? Para quê? Qual o ponto? Testar os seus próprios limites? Se a questão era distanciar-se do tipo de vida dos pais, teve oportunidade de o fazer sem se enfiar no meio do nada do Alasca. Encontrou pessoas, Rainey, Jan e Tracy que viviam de um modo bem diferente, que gostavam dele e que, pelo que me pareceu, não se importariam de o ter por perto. Ele escolheu isolar-se de tudo e de todos.Ou talvez seja eu que sou uma grande insensível que não captei a essência do filme e do próprio Chris.

No final de tudo, a imagem com que fico de Christopher McCandless é que ele era um sonhador. Um idealista inconsciente. E também um rapaz simpático, amigável mas triste. Por muito que nos "diários" dele, ele dissesse estar feliz, na tela passou-me uma imensa tristeza e solidão. Afinal, como ele mesmo escreveu "Happiness only real when shared".

E já agora, o filme é muito enrolado. Não era coisa que eu enfrentasse no cinema.
É bom para ver casa, onde podemos pôr em "pause" quando nos apetecer e ir espairecer.



3 comentário(s):

Jedi Master Atomic disse...

Por acaso tu estás a incentivar a pirataria? :P

M. disse...

não disse nada disso, Into the Wild até já tem dvd! :p

Carla Oliveira disse...

See? I told you so :P O filme tem partes muito bonitas mas não o acho nenhuma obra prima do cinema. Gostei bastante de certos pensamentos e a parte do velhinho tocou-me bastante mas, é tããão enrolado!!